segunda-feira, 28 de julho de 2008

Agora
é
a
vez
deste.
Já o li mais de uma vez há milhões de anos,
mas parece que estou lendo pela primeira vez.
Eu mudei; ele deve ter mudado.
..
Será que ela mudou também??
.
.
Boa semana!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Há alguns dias acabei de ler Ensaio sobre a Cegueira, do Saramago. Sou dessas que cisma em ter de ler o livro antes de ver o filme e fiquei com pressa quando vi que a história logo aparece nas telonas (Blindness, do diretor Fernando Meirelles, com cenas gravadas em São Paulo, numa produção internacional). Comprei correndo o bendito, que empoeirava na minha mente, da preguiça que me dava lembrar de outros textos assim tão inteligentes - e um tanto 'difíceis' - do autor... Fui indo bem, achando bacana, meio incomodada de imaginar tudo que é descrito e tals... Da página quase 100 até a 170, o negócio ficou difícil: muuuito detalhe, muita situação que se repete, muito preto-e-branco (eu adoooro um colorido!!). E assim o pobre do livro ficou passeando, indo e vindo dentro da bolsa e nada. Resolvi dar uma resumida – ou fazer uma leitura dinâmica, como diz a santa mãe da minha querida Titaiá (que foi quem me animou a escrever isto aqui). Ia ler tudo meio aos trancos e barrancos, pulando um tanto, um tantão, só pra acabar... Mas, nem uma página depois de onde eu estava, não é que a história pegou?? Ficou dinâmica, muito interessante. Porque a história em si é uma baita idéia, sabe? Imagine que do nada as pessoas vão ficando cegas. Todas. Todos. Cegueira branca, olhos banhados em leite e, não, em escuridão (é muito bom isso, vai... assim como o fato de não aparecer o nome de ninguém na história). E lá vai a cegueira, atingindo toda a gente em cascata, sem escolher idade, raça, classe social, nem nada. O governo faz o quê? Afasta os cegos dos demais, quase os enjaula, como nos manicômios antigos, na tentativa de evitar um suposto contágio. E você consegue imaginar algo assim? Como seria um imenso grupo de pessoas cegas ao mesmo tempo? Como ficaria tudo? Como se sentiriam todos? E se uma pessoa não cegasse, como ela se sentiria? Aos poucos, a leitura vai dando uma espécie de incômodo, beirando a agonia, de tentar alcançar como seria viver aquilo... Aliás, eu, cheia de frescuras, limpinha que só (rsrs...), sofreria demais (porque há muita sujeira no livro, muita mesmo. e nos dá a clara noção de que a nossa limpeza é fruto de esforço, de disciplina, porque nosso natrual seria a imundice mesmo, feito animaisassimquesomosgente)... Sofrimento grande de todos, cada um mais a seu modo e todos da mesma forma. Um mundo cheio de possibilidades e cego. Um bando de gente que suja mas não limpa, que se pega, que se bate, que tudo, assim... feito bichos. Um universo de diferenças que iguala a todos no nível mais básico do ser humano. A edição atual do livro tem os atores do filme na capa, embora eu ache que a capa devia ser daquelas lisas e totalmente branca, bem à moda do tema, oras... Mas, agora, se você vê a nova capa antes de ler o livro, não tem mais jeito. A mocinha da sua história é Julianne Moore. O médico é Mark Ruffalo. Por que isso? Porque a gente consegue ver. E imagem não é tudo, mas é muito.
...
Beijos sumidos e concentrados de saudade pura,
Lu Longo

sabe quando existe silêncio por dentro? quando você não sabe no que pensar? então...
então, pra quê ter um blog? melhor fotolog. imagem é tudo, né?
mas se a mente se esvazia, nem figura aparece, certo? então...
melhor ir ver televisão, minha filha!

tóc, tóc...
ó de casa!
tem alguém aí?
..
as palavras tiraram férias!
\ooo/